terça-feira, 10 de agosto de 2010

OS TERNOS OLHOS DOS CÃES





Neste país que amamos e está a arder muito antes do Verão chegar , os ciclistas partiram para mais uma etapa.
No topo da montanha uma senhora sem graça, premiu o gatilho à hora do calor e os atletas lá foram, a pedalar contra o tempo, para o fogo do seu ganha-pão.
Neste país que amamos, betonado à beira-mar, ainda desgraçada mente são permitidas touradas e algum povo destila nas praias onde mesmo ao lado - bastante ao lado - se banham os poderosos da nação, 
Neste país - também aqui - no paraíso dos silêncios acordados - assobiei aos cães e lá fomos abrigar-nos dos sois - na sombra linda do nosso pinheiro preferido - com os pés mergulhados num alguidar com água salgada e pedras de gelo. 
Sós mas mas nunca isolados neste mar arável. 
Tranquilo li em voz alta páginas dos nossos Fernando Pessoa. 
Foi uma tarde bem passada, a avaliar pelos ternos olhos dos cães